Endometriose e Fertilidade: O Diagnóstico, Estadiamento e as Opções de Tratamento para Engravidar

A Endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta milhões de mulheres, sendo uma das principais causas de dor pélvica e infertilidade. Este artigo explica como a presença de tecido endometrial fora do útero (endometriomas, aderências) prejudica a ovulação, a qualidade do óvulo e a receptividade do embrião. Detalha a importância do diagnóstico correto (videolaparoscopia) e compara as abordagens de tratamento para a fertilidade: cirurgia (em casos selecionados) e a Fertilização In Vitro (FIV), que se mostra a via mais eficaz para a gravidez na maioria dos casos.
Endometriose e Fertilidade | Dra. Nadine Ziegler | Ginecologia e Reprodução Assistida

Endometriose e Fertilidade: O Diagnóstico, Estadiamento e as Opções de Tratamento para Engravidar

A **Endometriose** é uma doença crônica, progressiva e inflamatória que afeta cerca de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Ela se caracteriza pela presença de tecido semelhante ao endométrio (o revestimento interno do útero) fora da cavidade uterina, causando dor pélvica severa (principalmente durante a menstruação e relações sexuais) e, em muitos casos, infertilidade. Estima-se que até 50% das mulheres com infertilidade tenham algum grau de endometriose. A relação entre a endometriose e a dificuldade de engravidar é complexa, mas a medicina reprodutiva oferece caminhos bem estabelecidos para o sucesso. Este artigo desvenda o impacto da doença na fertilidade e as estratégias mais eficazes de tratamento.

Os Mecanismos da Infertilidade na Endometriose

A endometriose prejudica a fertilidade por múltiplos caminhos, que vão além da simples distorção anatômica. A doença cria um ambiente hostil à concepção, tanto no nível estrutural quanto no celular.

Distorção Anatômica e Fator Tubário

Lesões de endometriose profunda ou severa causam inflamação crônica e a formação de **aderências** na pelve. Essas aderências podem distorcer a anatomia, obstruir ou bloquear as **tubas uterinas (trompas)**, impedindo que o óvulo liberado seja capturado ou que o espermatozoide encontre o óvulo. Os **endometriomas** (cistos de endometriose nos ovários, também chamados de “cistos de chocolate”) podem reduzir o volume do tecido ovariano saudável, dificultando o acesso aos folículos durante a punção ovariana em um ciclo de FIV.

Fator Inflamatório e Qualidade do Óvulo

A endometriose gera um estado de **inflamação crônica** no líquido peritoneal (da cavidade abdominal). Essa inflamação produz substâncias que são tóxicas para os espermatozoides, os óvulos e os embriões em desenvolvimento, podendo afetar a qualidade do óvulo e prejudicar a fertilização. Além disso, a inflamação pode afetar negativamente a **receptividade endometrial**, dificultando a implantação mesmo de embriões de boa qualidade.

Diagnóstico e Estadiamento: O Caminho para a Escolha Terapêutica

O diagnóstico definitivo da endometriose ainda é a **Videolaparoscopia**, que permite ao cirurgião visualizar e biópsiar as lesões. Contudo, exames como o ultrassom transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética pélvica são essenciais para mapear e estadiar a doença (endometriose superficial vs. profunda).

Estadiamento da Doença

A doença é classificada em estágios (I, II, III, IV), mas a correlação entre o estágio e a infertilidade não é linear. Mulheres com endometriose mínima podem ser inférteis, enquanto algumas com doença severa engravidam espontaneamente. No entanto, o estadiamento é crucial para a decisão de realizar ou não a cirurgia: lesões severas (endometriose profunda no intestino, ureter) requerem intervenção para preservar a função dos órgãos, mas a cirurgia de endometrioma ovariano deve ser cautelosamente avaliada devido ao risco de reduzir ainda mais a reserva ovariana.

Estratégias de Tratamento para a Fertilidade: Cirurgia vs. FIV

A escolha entre a cirurgia para endometriose e a Fertilização In Vitro (FIV) como tratamento para a infertilidade é o cerne do dilema e exige a avaliação de um especialista em Reprodução Assistida.

A Cirurgia para Endometriose: Quando é Necessária?

A cirurgia de ressecção da endometriose é indicada para o tratamento da **dor pélvica crônica** e para preservar a função de órgãos vitais (como a desobstrução do ureter). No contexto da infertilidade, a cirurgia tem indicações limitadas, como na remoção de cistos grandes (endometriomas com mais de 4-5 cm, com risco de torção) ou na liberação de trompas bloqueadas. No entanto, a remoção do endometrioma ovariano pode prejudicar a reserva ovariana (causando perda de tecido saudável) e, por isso, é frequentemente evitada se o objetivo for a FIV.

Fertilização In Vitro (FIV): A Via Mais Eficaz

Para a maioria das pacientes com infertilidade associada à endometriose, a **FIV é o tratamento de escolha**. A FIV contorna a principal barreira da doença (o fator tubário e a inflamação peritoneal) ao capturar o óvulo, fertilizá-lo fora do ambiente hostil da pelve e transferir o embrião diretamente para o útero. Embora a receptividade endometrial possa ser ligeiramente afetada, o tratamento medicamentoso e o uso do PGT (para garantir a qualidade do embrião) elevam as taxas de sucesso, tornando-a a estratégia mais rápida e segura para a gravidez. A Dra. Nadine Ziegler pode utilizar protocolos de estimulação específicos para a endometriose, otimizando o número de óvulos sem agravar a doença.

Ela é uma doença complexa, mas não impede a maternidade. Com o diagnóstico preciso e a escolha estratégica do tratamento (seja cirurgia para alívio da dor e preservação de órgão, ou FIV para o sucesso reprodutivo), é possível superar os desafios. Se você sofre de endometriose e busca engravidar, um especialista em Reprodução Assistida é essencial para guiar você pela melhor estratégia. O seu sonho de ser mãe é totalmente alcançável.

Se você ou alguém próximo precisa de ajuda especializada, agende uma consulta com a Dra. Nadine Ziegler. Venha já visitar a nossa clínica.

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