Mosaico Embrionário no PGT-A: Entendendo o Diagnóstico e a Decisão de Transferência

O Mosaico Embrionário (ME), identificado pelo Teste Genético Pré-Implantacional para Aneuploidias (PGT-A), é um achado que indica a presença de duas ou mais linhagens de células (normais e anormais) no mesmo embrião. Este artigo explica a origem do mosaico, a sua classificação (baixo ou alto grau) e a importância do aconselhamento genético. Discute a conduta clínica atual que, em casos específicos (como a ausência de embriões euploides), permite a transferência de embriões mosaicos, com riscos e taxas de sucesso que exigem um manejo cuidadoso e especializado.
Mosaico Embrionário | Dra. Nadine Ziegler | Ginecologia e Reprodução Assistida

Mosaico Embrionário no PGT-A: Entendendo o Diagnóstico e a Decisão de Transferência

A Fertilização In Vitro (FIV) e o Teste Genético Pré-Implantacional (PGT-A) trouxeram um nível de detalhe sem precedentes ao estudo do embrião. A identificação do **Mosaico Embrionário** é um desses avanços que, ao mesmo tempo que oferece informações, gera dilemas éticos e clínicos complexos. Um embrião em mosaico é aquele que possui duas ou mais linhagens de células com constituições cromossômicas diferentes (algumas células são normais – euploides – e outras são anormais – aneuploides). Esse diagnóstico desafiou a antiga visão binária de embrião “normal ou anormal” e exige uma discussão aprofundada com um especialista em Reprodução Assistida. Este artigo visa esclarecer o que significa o mosaico e como a decisão de transferência é tomada com base em evidências científicas.

O Que é Mosaico Embrionário e Como Ele Surge

O mosaico é um fenômeno biológico natural que ocorre durante as primeiras divisões celulares do embrião. Ele não é um erro do laboratório ou da FIV, mas uma falha da mitose (divisão celular) após a fertilização. Na biópsia de PGT-A, o diagnóstico de mosaico é feito quando a análise das células da trofectoderma (que dará origem à placenta) revela uma mistura de células com número correto de cromossomos e células com número incorreto (aneuploidias).

Classificação: Baixo e Alto Grau

O resultado do PGT-A classifica o mosaico com base na porcentagem de células anormais encontradas na amostra. Essa porcentagem é crucial para a tomada de decisão:

  • **de Baixo Grau:** Menor porcentagem de células anormais (geralmente abaixo de 50%). Estes embriões têm maior potencial de serem viáveis.
  • **de Alto Grau:** Maior porcentagem de células anormais (geralmente acima de 50%). O potencial de viabilidade é menor.

A esperança na transferência do embrião em mosaico reside no fenômeno de **autocorreção** (as células aneuploides podem ser eliminadas) ou na possibilidade de o mosaico se restringir apenas à placenta, resultando em um feto euploide. No entanto, o risco de o feto nascer com a aneuploidia ou o risco de aborto são maiores do que com a transferência de um embrião euploide.

A Tomada de Decisão: Protocolo de Transferência Cautelosa

A transferência de um embrião em mosaico é sempre considerada uma opção secundária ou terciária, reservada para casais que não têm embriões euploides para transferir ou que têm um risco genético muito alto de não produzir embriões normais.

A Hierarquia de Transferência

A prioridade de transferência segue uma hierarquia rigorosa, estabelecida por sociedades de Reprodução Assistida: **1º – Embriões Euploides** (normais); **2º – Embriões Mosaicos de Baixo Grau** (com baixo potencial de risco); **3º – Embriões Mosaicos de Alto Grau**; e, por último, os Embriões Aneuploides. A Dra. Nadine Ziegler guiará a escolha, ponderando a idade da paciente, o número total de embriões e o desejo do casal. O consenso é que o mosaico de baixo grau, especialmente de aneuploidias mais leves (que não afetam cromossomos vitais), tem um potencial real de resultar em um nascimento saudável.

O Risco e o Aconselhamento Genético

A transferência de um embrião em mosaico está associada a um risco maior de aborto e, dependendo do cromossomo afetado, a um risco teórico de nascimento de uma criança com a síndrome cromossômica. Por isso, o **aconselhamento genético** é obrigatório. O casal precisa ser informado sobre os riscos específicos do tipo de mosaico, o que pode incluir a necessidade de um diagnóstico pré-natal invasivo (amniocentese ou biópsia de vilo corial) durante a gestação para confirmar se o feto é realmente euploide. A decisão é sempre compartilhada e baseada na tolerância do casal ao risco.

O Futuro e o Monitoramento Pós-Transferência

O campo do mosaico embrionário está em rápida evolução. O uso de novas tecnologias e a acumulação de dados clínicos têm refinado nossa compreensão sobre quais mosaicos são mais propensos a resultar em um bebê saudável.

O Fenômeno da Autocorreção

A ciência sugere que a maioria dos embriões em mosaico pode se autocorrigir in vivo. Isso acontece porque as células aneuploides podem ser retiradas para a trofectoderma (que vira placenta), deixando a massa celular interna (que vira feto) euploide. Além disso, as células anormais tendem a ter uma desvantagem de crescimento, sendo eliminadas ao longo do desenvolvimento. O acompanhamento ultrassonográfico rigoroso e o diagnóstico pré-natal são as ferramentas para monitorar se a correção foi bem-sucedida.

Ele é uma prova da complexidade biológica e da resiliência da vida. Ele exige uma abordagem que equilibra a ciência com a esperança. Se você está diante desse diagnóstico, lembre-se de que a transferência de um embrião mosaico é uma opção real, com taxas de sucesso razoáveis, quando guiada pela expertise de um especialista em reprodução. A Dra. Nadine Ziegler está preparada para oferecer o aconselhamento genético detalhado e a conduta clínica mais segura para a sua situação.

Se você ou alguém próximo precisa de ajuda especializada, agende uma consulta com a Dra. Nadine Ziegler. Venha já visitar a nossa clínica.

Message Us on WhatsApp