O Fator Masculino: Diagnóstico de Espermograma e as Abordagens na Reprodução Assistida

Fator Masculino | Dra. Nadine Ziegler | Ginecologia e Reprodução Assistida

O Fator Masculino: Diagnóstico de Espermograma e as Abordagens na Reprodução Assistida

A infertilidade é um desafio que afeta o casal, e o fator masculino contribui para cerca de 50% dos casos. Longe de ser apenas um problema feminino, a qualidade do sêmen é um pilar da concepção. O diagnóstico da infertilidade masculina é centrado no **Espermograma**, um exame laboratorial que avalia a concentração, a motilidade e a morfologia dos espermatozoides. Graças aos avanços na Reprodução Assistida, mesmo as formas mais severas de infertilidade masculina são hoje superáveis, com a **Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI)** e as técnicas de punção testicular. Este artigo serve como um guia para entender o espermograma e as opções que levam à paternidade.

O Espermograma: Entendendo os Critérios da OMS

O espermograma é o primeiro e mais importante exame na avaliação da fertilidade masculina. Seus resultados são comparados com os valores de referência estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que definem o que é considerado normal (normozoospermia).

Concentração, Motilidade e Morfologia

Três parâmetros são cruciais:

  • **Concentração:** O número de espermatozoides por mililitro (mL) de sêmen. Um valor abaixo de 15 milhões/mL é chamado de **Oligospermia**.
  • **Motilidade:** A porcentagem de espermatozoides que se movem, especialmente os que se movem progressivamente (motilidade progressiva). Um valor abaixo de 32% é chamado de **Astenozoospermia**.
  • **Morfologia:** A porcentagem de espermatozoides com forma normal. Critérios estritos (como o de Kruger, onde um valor acima de 4% de formas normais é considerado ideal) são utilizados para diagnosticar a **Teratozoospermia** (alteração na forma).

Qualquer alteração em um ou mais desses parâmetros (Oligoastenoteratozoospermia) indica um potencial problema de fertilidade e direciona a investigação urológica e o planejamento da Reprodução Assistida.

Causas e Investigações da Infertilidade Masculina

A investigação vai além do espermograma e busca a causa da alteração, embora nem sempre ela seja encontrada (Infertilidade Masculina Idiopática).

Varicocele e Fatores de Estilo de Vida

A **Varicocele** (varizes nos testículos) é a causa tratável mais comum de alteração no espermograma, pois o aumento da temperatura testicular e a estase venosa prejudicam a produção e a qualidade do esperma. O tratamento cirúrgico pode melhorar os parâmetros, mas nem sempre garante a concepção natural, exigindo a FIV/ICSI. Fatores de estilo de vida como tabagismo, abuso de álcool, uso de anabolizantes e obesidade também impactam a qualidade seminal e exigem correção.

Azoospermia e Fatores Genéticos

A **Azoospermia** é a ausência total de espermatozoides no ejaculado. Ela pode ser **Obstrutiva** (a produção é normal, mas há um bloqueio, como após a vasectomia ou infecções) ou **Não-Obstrutiva** (o testículo não produz ou produz muito pouco). A investigação de Azoospermia inclui dosagens hormonais (FSH, testosterona) e estudos genéticos (Cariótipo e microdeleções do cromossomo Y). O prognóstico de sucesso na busca por espermatozoides depende da causa e é crucialmente determinado por essas investigações.

A Revolução da ICSI: Superando o Fator Masculino Severo

A Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI), uma variação da FIV, revolucionou o tratamento da infertilidade masculina, tornando a Oligospermia e a Astenozoospermia severas problemas facilmente superáveis.

O Princípio da ICSI

Na FIV tradicional, espermatozoides e óvulos são colocados juntos em uma placa de Petri para a fertilização natural. Na ICSI, um único espermatozoide morfologicamente e funcionalmente viável é **selecionado e injetado diretamente dentro do óvulo** com o auxílio de agulhas microscópicas. Isso contorna problemas de baixa motilidade ou concentração, pois o espermatozoide não precisa percorrer o caminho sozinho. A ICSI exige apenas um número muito pequeno de espermatozoides viáveis.

A ICSI e a Azoospermia: Punção Cirúrgica

Em casos de Azoospermia Obstrutiva ou Não-Obstrutiva, a ICSI é combinada com as técnicas de **punção cirúrgica de espermatozoides** (TESE, MESA, PESA – como discutido no Post 5). Mesmo em casos de Azoospermia Não-Obstrutiva (falha testicular), a TESE Microcirúrgica pode encontrar pequenos “focos” de produção espermática, permitindo a coleta de espermatozoides que, embora raros, são suficientes para a ICSI. Para homens com Azoospermia, essa técnica é a principal via para a paternidade biológica.

Novas Tecnologias: PICSI e Super-Seleção

Para casos de Teratozoospermia (morfologia muito alterada) ou alto índice de fragmentação de DNA espermático, novas técnicas de super-seleção podem ser empregadas para escolher o espermatozoide de melhor qualidade para a ICSI, como a PICSI (que usa ácido hialurônico para selecionar espermatozoides maduros) ou a IMSI (seleção por microscopia de alta magnificação). O objetivo é garantir que o material genético injetado seja o mais íntegro possível, maximizando o desenvolvimento embrionário.

A infertilidade masculina é altamente tratável. A avaliação completa do espermograma e a investigação urológica e genética, combinadas com a tecnologia da ICSI, garantem que o número, a motilidade ou a forma dos espermatozoides não sejam mais barreiras intransponíveis. Se você recebeu um diagnóstico de alteração no espermograma, converse com a Dra. Nadine Ziegler sobre as soluções eficazes que a Reprodução Assistida pode oferecer para sua família.

Se você ou alguém próximo precisa de ajuda especializada, agende uma consulta com a Dra. Nadine Ziegler. Venha já visitar a nossa clínica.

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